5.2.13

A supressão do Feminino



Para compreensão de uma leitura ou de uma fala, é fundamental que estejamos livres da contextualização automática que fazemos inconscientemente. 

Ao ler ou ouvir um interlocutor temos um impulso de criar respostas mentais automáticas, como se isto fosse imperativo, e não é. Fazemos tudo passar pelo nosso filtro pessoal, e então não ouvimos o que esta sendo dito ou lido, mas aquilo que o nosso filtro nos permite.

Ao criar uma resposta mental ao que está sendo dito, deixamos escapar a oportunidade de ouvir de forma isenta novas informações, sejam elas procedentes ou não.

Estamos mentalmente programados apenas para acreditar ou não acreditar em qualquer coisa. Nossa vida se resumiu a isso, não sabemos entender nada sem a necessidade de provas, e provar farsas, imposturas e mentiras é relativamente fácil. Quando se manipula a mídia, a opinião pública vai a reboque.

NÃO ACREDITE TANTO EM VOCÊ, NOS OUTROS NUNCA, E EM MIM MUITO MENOS.

Quando digo -não acreditar tanto em nós mesmos- me refiro aos rótulos e definições, já que estamos sob manipulação, programados em nossos subconscientes com crenças que em absoluto não são fruto da nossa investigação pessoal.

Estamos usando "softwears" aplicativos, e programas falsos.

Vivemos com aquilo que gostariam que soubéssemos, e não com o que saberíamos se estivéssemos livres das influências e do controle externo, discernindo tudo por conta própria através do estudo e pesquisas individuais.

Acreditar cegamente em outras pessoas é uma tolice, temos feito isso por séculos e como podemos ver, não funcionou. Transformamos o planeta em uma bomba relógio, à mercê de egos que em um momento de desequilíbrio aperte um botão e pulverize atomicamente a Terra.
Será o risco real ?

Pesquisar e estudar dá trabalho e gostamos de tudo já embalado e pronto para o consumo, de preferência digerido e vindo da TV, porque ler também é chato. É a chamada zona de conforto. Acabamos por concordar ou discordar das coisas só por necessidade de ter uma opinião sobre tudo, até mesmo daquilo que nunca investigamos e não conhecemos, ou seja, opinamos frequentemente sobre aquilo que ignoramos, e com convicção.

Há uma necessidade obsessiva de opinar sobre qualquer coisa e, o certo passa a ser aquilo com que concordamos, o errado aquilo que discordamos, e nada poderia ser mais egóico e inútil.
Assim criamos a realidade que experimentamos no mundo atualmente, uns matando e explorando outros porque uns estão certos e outros errados, porque meu Deus é um e o seu é outro.

Não trabalhamos com a hipótese de neutralidade, e este é um grande perigo. Uma mentira contada 10 vezes torna-se verdade, então podemos não só estar acreditando em mentiras, como as defendendo para nos posicionar mentalmente.

Nosso condicionamento "softwears" nos leva a criar respostas mentais simultâneas e sistemáticas para tudo que estamos lendo, vendo ou ouvindo. Perceba que neste momento os primeiros julgamentos e respostas automáticas já começaram a surgir.
Não se importe, vamos em frente com isenção.

Temos níveis de freqüências vibratórias mentais mensuráveis, a saber:
Criando nossas realidades o nível vibracional mais elevado: CRENÇAS E DEFINIÇÕES, o chamado subconsciente ou inconsciente. Depois os SENTIMENTOS e EMOÇÕES, frequências ainda elevadas, abaixo os PENSAMENTOS, e então os COMPORTAMENTOS AUTOMÁTICOS E COLETIVOS no nível mais inferior.

Nosso sistema de crenças é acessado inconscientemente e em alta velocidade -o que o torna tão poderoso- já que este nível é o determinante dos demais e não percebemos.
Mas afinal no que cremos, e principalmente porque?

Aqui começa a confusão. O que deveria ser chamado de SOBREconsciente foi rotulado de SUB, dando a impressão de que esta por debaixo quando é o contrário. É a base de tudo que experimentamos. Tudo que interpretamos dos sinais perceptivos do mundo físico passa pelo filtro das crenças, mas, de onde vêm elas? Quão voláteis são? Checamos as fontes?

Hoje acreditamos em algo que amanhã não acreditamos mais. Quantas coisas já foram nossas verdades e hoje nem mais pensamos nelas?

Por serem tão efêmeras, para que uma crença perdure necessitamos de algo que a alimente constantemente, caso contrário elas correm o mesmo risco de desaparecer como tantas outras que já se foram. O que então nos mantém atados a nossas crenças?
O que é que as reforça e perpetua constantemente?

Medo e zona de conforto. Estes são os seus principais motores, há outros também, mas vamos ficar com estes por hora. Mas estas seriam condições reais ou apenas ilusórias? A pergunta que nunca fazemos à nós é: PORQUE ACREDITO QUE ISTO SEJA ASSIM ?
Programação?

Começamos a vida ouvindo nossos pais dizerem o que é certo e o que é errado, e somos quase que impelidos a acreditar que por serem as pessoas que mais gostam de nós, não iriam mentir nem nos enganar, mas de onde eles tiraram essas noções e certezas?
Checaram a veracidade ou a fonte da informação? Ou simplesmente repetem aquilo que ouviram de seus pais, líderes religiosos, amigos e sociedade?

Um pouco mais crescidos, começamos a acreditar também em nossos professores. E como não acreditar em alguém que sabe muito mais do que nós? Mas tampouco eles checaram suas fontes.

Pensar por conta própria, se torna crime inafiançável, rebeldia passível de punição, um desajuste social punido com energia e severidade pela própria sociedade. Escolas formando robôs em série, um sistema educacional montado para que ninguém seja autêntico, individual, questionador, todos trabalhando para o SISTEMA.

Então já estamos programados por nossos pais, e agora por nossos professores e até agora ninguém verificou a procedência do que diz saber com total autoridade. Então entramos na fase de ser educados religiosamente.
Que perigo! Aqueles homens nos dizendo para temer a Deus (AMOR) sobre todas as coisas, achando que sabem de Deus e acreditando que falam em seu nome, LOUVADO SEJA.

Um pouco mais velhos, começamos a entender alguma coisa do mundo e ai entram nossos líderes políticos e o estado começa a nos dizer o que pode e o que não pode, e toda sorte de imposições, impostos e deveres para nos manter nos trilhos. Quem sai do padrão é maluco, esquisito, marginal, ou desajustado.

Sigam as regras e não questionem nada dizem eles: é para o seu bem, diferente disso é perigoso e assim estarão mais protegidos. E assim o medo de ser diferente vai se enraizando cada vez mais, logo no começo da vida, impulsionado por todas as fontes que nos cercam.

Sabemos que estamos vivendo tempos em que os valores morais estão desaparecendo e dando lugar apenas a valores materiais, e isto é uma inversão insustentável. Tudo passou a ser uma questão de lucro a qualquer preço, uma óbvia distorção, e nada poderia ser mais insano do que programar alguém para estar perfeitamente adaptado a uma sociedade doente.

Estamos destruindo o planeta em que moramos cada vez com mais velocidade. Hoje temos uma capacidade de poluir como nunca tivemos, estamos envenenando os alimentos, a água, o ar e o solo.

Através do tempo, a humanidade tem sido manipulada para SUPRIMIR O FEMININO (positivo), a polaridade em nós que habita o cérebro do coração. Passamos a viver apenas com a polaridade masculina (negativo) que se situa no cérebro da cabeça.

Aqui, é bom esclarecer que masculino nada tem a ver com masculinidade, que feminino não se relaciona a mulheres, e que positivo e negativo não são energias opostas como fomos induzidos a acreditar e sim complementares.
Para que qualquer equipamento funcione são necessários os dois pólos, e disso ninguém duvida.

A pouco tempo, a ciência trouxe a luz da arena pública a informação de que nossos corações também são cérebros com redes neurais, fibras axoniais, e sistema glandular próprio. O CORAÇÃO PENSA, e isto é literal não metafórico.

Tudo que fazemos, pensamos e sentimos tem base em ensinamentos que vieram de homens brancos.
Nada escapa desta regra. A história sempre foi contada pelos vencedores, as minorias nunca foram ouvidas, tudo propositalmente elaborado para que a conexão dos humanos com a POLARIDADE FEMININA do amor e da compaixão fosse temporariamente deixada de lado, e pudéssemos conhecer as facetas mais escuras do mal.

Ao experimentar o lado escuro, ao ver as crueldades e os horrores das guerras, ao presenciar os genocídios, a fome, o desamparo, o sofrimento e tudo que o mal poderia nos proporcionar em sua potencialidade encontramo-nos finalmente em posição de escolha.
Sem a experimentação desta polaridade jamais saberíamos como decidir pelo bem ou pelo melhor de cada um. Tudo foi necessário e nada ao acaso, acelerar as mudanças.

Em cada um de nós residem ambas as forças, e transformar o planeta passa por transformar o indivíduo. Achar a paz mundial depende de encontrar a paz em cada um, e cada um que encontra a paz é uma centelha de luz que ilumina o todo.
Apesar de menosprezada a força individual é de vital importância, o motor de tudo, cada um de nós é um Universo.

Fomos orientados de maneira a copiar nossos pais, que copiaram nossos avós, que copiaram seus antepassados. Culpá-los, é como se culpássemos os computadores por rodar com programas antigos, ninguém tem culpa de nada.

Somos supercomputadores bio-eletro-físicos, e nossos softwares são nossas crenças e definições que se originaram da cópia das crenças e definições dos nossos pais.

Culpa, vergonha, e medo são imposições familiares, sociais educacionais e religiosas que vem sendo impressas na nossa mente física/personalidade.

Estamos ensinando nossos filhos a também não checar ou questionar nada, pelo contrário, estamos os impelindo a seguir o caminho do obedecimento cego, pelo medo de falhar em suas educações. Foi natural até agora.
Sempre o medo do que pode acontecer se eles usarem novos programas que viriam com suas próprias interpretações da realidade, com o descobrimento individual sem influencias. Fora da caixa.

Não, não estou sugerindo que os pais abandonem seus filhos à própria sorte, isto é apenas mais uma defesa mental que não deveria surgir neste momento. Por hora vamos apenas continuar sendo neutros, sem interpretar mentalmente o que está sendo lido. Lembre-se de que tudo está passando pelo filtro individual do certo e errado.

Albert Einstein dizia que é impossível resolver um problema usando o mesmo nível de consciência que o criou, e que é insano fazer sempre as mesmas coisas e esperar um resultado diferente.

Quando crianças, todos passamos por estresse físico e emocional, e formamos uma rede de crenças que é um escudo protetor para que possamos nos defender de eventuais situações semelhantes no futuro, o que é de um grau elevado de inutilidade já que as situações e circunstâncias nunca serão as mesmas por mais semelhantes que sejam.
Criamos um sistema de defesa para uma batalha que nunca acontecera, e passamos o resto da vida na defensiva, sempre dominados pelo medo.

A cultura do medo de sentir medo, medo do que pode acontecer, medo do futuro, ILUSÃO.
Somos guiados por três medos básicos. O da morte, do sofrimento e da solidão, depois os seus filhotes.

Desta maneira passamos a vida envolvidos na defesa de situações, usando velhos atalhos neurológicos que pouco ou nada nos ajudam.
Seria natural que fosse assim já que não desejamos passar novamente pelo que um dia foi ruim.
Ilusão, a mesma situação jamais se repetirá.

O medo do que pode acontecer não pode nos proteger de nada, só poderá levar nosso foco a atrair mais daquilo que não desejamos.

O Universo trabalha pelo princípio da inclusão, nós pelo princípio contrário.
Excluímos os negros, os pobres, os homossexuais, os doentes, os que não nos agradam, os que nos molestam, aqueles que não gostamos, os de outras nações ou tribos e assim por diante, até que nos relacionemos com dúzia e meia de pessoas que "gostamos".

Na ilusão achamos que a Consciência Universal faz como nós, JULGA.
Não se passa assim, a CONSCIÊNCIA CRIADORA NÃO JULGA NADA NEM NINGUÉM, É O AMOR.
Quando queremos alguma coisa, o Universo se encarrega de INCLUIR o que queremos em nossa realidade.
Quando não queremos alguma coisa, o Universo se encarrega de INCLUIR o que não queremos na nossa realidade.
Lei da atração. Atraímos aquilo onde está o nosso foco, independente do que queremos ou não. Para onde vai o foco, vai a ordem ao Universo.

A observação destes fatos é corriqueira e freqüente em nossas vidas, por mais que possamos negá-las, é só prestar atenção à própria vida como fenômeno inquestionável, por mais que muitos neguem (esquecem) os próprios acontecimentos de suas vidas em favor de conceitos enraizados (crenças).

O Universo é polarizado. Nós também o somos, caso contrário não poderíamos existir pela própria natureza geométrica e matemática de tudo que está materializado.
A polaridade é o que permite os átomos se aglutinarem formando a matéria garantindo e mantendo sua coesão. Nossa natureza dual nos faz oscilar entre as polaridades, sempre nos afastando do ponto de neutralidade.

Somos seres espirituais em corpos físicos de natureza dual, energia que se materializou, em contínuo processo de volta ao seu estado anterior. Estamos em veículos físicos extremamente limitados. Um belo truque que usamos para experimentar a separação, já que da totalidade somos professores.

Nossos ancestrais já representavam esta dualidade de várias formas sendo uma delas muito popular nos dias de hoje. Yin, Yang um símbolo muito conhecido, Preto/branco, positivo/negativo, silêncio/som, certo/errado, bem/mal, luz/escuridão, feminino/masculino, etc...

Assim, ao formar nossos intelectos, o fazemos com base em um desequilíbrio entre as POLARIDADES que são a essência do conteúdo físico e mental que a alma usa para experimentar a realidade da separação ilusória neste reino.

Nós nos desconectamos da nossa verdadeira natureza espiritual propositalmente e passamos a viver restritos aos limitados 5 sentidos corporais.
Porém, nossa experiência física não é menos espiritual do que qualquer outra de diferentes dimensões e podemos vivê-la na sua plenitude, afinal desejamos estar neste tipo de mundo, assim o fizemos e aqui estamos, a experimentação na ilusão da matéria não nos obriga a esquecer nossa natureza espiritual.

A qualidade básica da EXISTÊNCIA é existir. "Deus" É TUDO.
Não há um propósito, não há um Deus no "céu" que esteja nos fazendo passar por um labirinto ou uma prova de obstáculos. Tudo em nossa vida é nossa criação, é nossa descoberta da beleza do SER. Tudo que estamos experimentando agora é por escolha particular e individual, usando o "corpo" de Deus para que ele conheça e compreenda a si mesmo. Experimentação das infinitas possibilidades.

Ao suprimir a polaridade -FEMININO- das nossas realidades, a elite que explora a Terra nos fez pender a balança para um dos lados, o masculino, desbalanceando nossos corpos físico e mental com frequências energéticas de medo, ansiedade, frustração e raiva, usando o princípio da competição.

Propositalmente nos desligaram do cérebro do coração, a POLARIDADE FEMININA em nós que pensa em termos de BONDADE (não caridade), COMPAIXÃO (não pena), COLABORAÇÃO, e AMOR INCONDICIONAL.

Fizeram de forma tão competente que as almas encarnadas em corpo feminino também entraram no jogo da COMPETIÇÃO. É bem verdade que diferente dos homens, as mulheres nunca perderam sua conexão com sua fonte intuitiva, o chamado sexto sentido, apenas estão tão ocupadas com o jogo da sobrevivência que não tem tempo para ouvi-la.

Ao manipular a humanidade para pender a balança para o lado masculino, nos aprisionaram no mesmo barco -mulheres e homens- de forma que todos pensassem agissem e sentissem através de filtros, definições e crenças MASCULINOS. Foi um truque fácil para aqueles que conhecem a natureza holográfica da realidade, nós humanos nos tornamos presa fácil por ignorar este princípio.
Depois foi só fomentamentar o medo e nós mesmos nos encarregamos do serviço.
Hoje somos todos ovelhas e todos cachorros, e o "pastor" tá tomando conta dos números.

Matamos, violentamos e abusamos das mulheres ao longo dos últimos séculos. A santa inquisição da igreja católica queimou vivas em praças públicas centenas de milhares de delas chamando-as de bruxas, e até hoje a igreja de Roma é unicamente de homens.
Joana D'arc é um dos exemplos. A igreja católica da França à queimou mesmo depois dela ter lutado e vencido inúmeras batalhas à frente do exército de seu país.

"Obedecer e calar-nos é a sentença de um mundo governado por homens" disse Olimpiá de Gouge, que lutou ao lado dos homens durante a revolução francesa vencedora.
Na -Declaração dos Direitos do Homem- não constavam direitos iguais para as mulheres. Ela então fez saber e promulgaou a -Declaração dos Direitos das Mulheres-
Dias depois, foi guilhotinada pelos seus colegas homens.
e assim o mundo está cheio de histórias de supressão do feminino, basta ocupar-se de estudar e pesquisar.

Os judeus ortodoxos rezam ao acordar e agradecem a Deus por não ter nascido mulher. Pergunte a um rabino se quiser a comprovação, e o que é mais incrível, é que as mulheres judias se sujeitam a isso à milênios, algumas não judias até se convertem.

Os seguidores de Alá, mutilam o clítores e tapam o rosto, transformando as mulheres em cidadãos de quinta categoria, com a mais absoluta aprovação da maioria delas.

Nas igrejas as mulheres nunca ministraram missas, nas sinagogas são preteridas e discriminadas, e nas mesquitas, ficam em gaiolas como celas aguardando que seus maridos acabem seu ritual. Com os protestantes a coisa não é muito diferente, há pastoras, mas só por conveniência já que a Bíblia ministrada por todos é a mesma que diz que as mulheres devem obediência aos homens e que Adão ia indo muito bem se a serpente não viesse tentá-lo, ou seja: segundo o "Deus" bíblico, a mulher é a causa do mal do homem, e as próprias mulheres que estão envolvidas em religiosidade estão manifestando esta distorção como uma crença verdadeira.

Quando olhamos cuidadosamente para aquilo que determina a realidade das mulheres encontraremos somente crenças masculinas. Não há nada que uma mulher faça, pense, ou sinta que não passe pelo filtro das creças de de homens brancos exclusivamente.
Nunca negros, vermelhos ou amarelos que são as outras três raças existentes na Terra.

É uma constatação simples desde que vista com neutralidade, livre de preconceitos e reações de defesa mental.

As próprias mulheres podem se opor a esta idéia por não suportá-la ao sentirem-se enganadas. Até mesmo ai estarão reagindo por princípios masculinos de contradição, negação e competição.

A única coisa impossível na vida é fugirmos de nós mesmos.
Somos a nossa verdadeira, real e permanente companhia.
Entretanto, vivemos mais focados na realidade do mundo exterior do que em nossa própria interioridade.
É incrível como a maioria dos seres humanos é um completo desconhecido para si próprio, vive de acordo com as regras e crenças que lhe foram impostas e, dificilmente, pára para refletir se aquilo que pensa, sente ou faz, de fato, faz sentido.

A vida inconsciente constitui, de certo modo, um refúgio seguro para muitos, pois, ainda que a angústia e o sofrimento estejam presentes, sentem-se confortáveis em seu mundo já conhecido. Zona de conforto.
Mergulhar fundo na tarefa de conhecer a si mesmo é um processo doloroso, que poucos estão dispostos a encarar.
Somente quando a insatisfação atinge níveis insuportáveis é que somos impelidos a sair de nossa zona de conforto e ir em busca de nossa verdade.

Ainda que a jornada seja cheia de sustos e retrocessos, sempre valerá a pena empreendê-la, pois os ganhos certamente superarão toda a luta.
No final, descobrimos surpresos que aquilo pelo qual ansiávamos já estava ali, bem ao nosso alcance.
Entretanto, gastamos um tempo precioso nos escondendo de nossa própria interioridade, o núcleo de quem somos.
Adentrar nossos porões e encarar as sombras que ali habitam, por mais medo que nos cause, é o único meio de podermos, finalmente, deixar florescer a luz, e viver de modo pleno a verdadeira realidade do nosso SER.

Luz na estrada.

Richardson Valle 

Um comentário:

  1. Uma das melhores coisas que já li.É como se um vento fresco abrisse portas na minha mente, que ansiava por algo assim.Que bom saber que há mais alguém pensando e se expressando como eu gostaria de fazê-lo. O b r i g a d a.

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